Medo de viajar aos 45+ não é sobre o avião, passaporte ou o roteiro. Na verdade, é sobre o que acontece dentro da gente quando a gente para de se distrair nos próprios vazios.
Ainda que você esteja pensando em viajar depois dos 45, saiba que não está sozinha. Todas nós pensamos que o medo que nos trava, em outras palavras, o seu medo real pode nem ser o de fazer uma viagem sozinha… Mas si, ficar sozinha com você mesma!
Talvez você nem saiba dizer onde começou esse bloqueio, o medo que ninguém vê.No entanto, uma coisa é certa, ao ver uma mulher da sua idade embarcando sozinha, você sente um nó no peito, uma mistura de admiração, desejo… e um medo que você não consegue nomear.
Na verdade eu já estive aí. De qualquer forma, o medo de viajar aos 45+, é só a ponta do iceberg. O que trava não é o passaporte vencido. Não é o inglês enferrujado. Tampouco é o medo de se perder na rua, é esse medo que não vemos.
Medo de viajar aos 45+. O medo real está nos silêncios
Estar só num restaurante, sem saber onde pôr as mãos; o silêncio do quarto de hotel à noite; não ter ninguém pra contar como foi o seu dia; descobrir que você nem se conhece mais, portanto não sabe ficar sozinha. Ou seja, tudo isso também é medo! Só que escondido.
Viajar sozinha depois dos 45 não é só sobre atravessar fronteiras. Mais do que isso, é sobre atravessar a si mesma. E a verdade é que ninguém nos prepara pra isso.
Nós mulheres lutamos por respeito e começamos a ver algum resultado, muito recentemente. No Brasil, até 1962, uma mulher casada precisava da autorização do marido até para abrir uma conta no banco. Além disso, até 1988, nós mulheres éramos consideradas “auxiliar do marido” pela Constituição. Viajar sozinha? Era coisa de mulher “sem juízo”.
E ainda hoje, em 2025, há países onde uma mulher não pode sair do país sem a permissão de um homem da família, seja o pai, ou o marido depois que ela se casa.
É possível perder esse medo de viajar aos 45+, e se reencontrar
Mesmo com tantos passos dados, a liberdade de viajar ainda é, para muitas mulheres, um sonho cercado de obstáculos invisíveis. Isso significa que a gente cresce ouvindo que não deve, que é perigoso, que é egoísmo querer o mundo só pra si. Contudo, o que quase ninguém fala é que essa vontade de ir nasce da necessidade de se reencontrar.
Inclusive, ainda em 2025, há países onde a mulher precisa da permissão de um homem para sair do país — como mostra a ONU Mulheres Brasil. E no nosso próprio quintal, o IBGE revela que mais de 30% das brasileiras acima dos 45 anos vivem sozinhas, e mesmo assim, não se sentem livres.
A gente cresceu ouvindo que é perigoso. Que é arriscado. Que não é pra gente. E assim, fomos nos calando. Nos anulando. Nos convencendo de que esse desejo de liberdade era capricho. Egoísmo. Ou simplesmente… loucura. e dando asas a esse medo de viajar aos 45+.
Mas não é. É vida pulsando.
Sabe o que mudou a minha história? Foi o momento em que eu parei de esperar que o medo desaparecesse,, ao contrário ele não desapareceu.
Até hoje, às vezes, ele aparece com aquela cara de: “Tem certeza?” E eu respondo: “Sim. Vamos lá, eu vou com medo mesmo.”
Minha primeira viagem sozinha foi aos 20 anos, logo vieram muitas outras, até que em 2019, aos 47 anos, decidi me mudar sozinha de país, sem saber exatamente o que me esperava, apesar de ter tudo planejado a sensação foi igual: frio na barriga e alma quente de coragem.
Em outras palavras, talvez o que você esteja precisando agora, não seja de uma passagem aérea, mas sim de um reencontro com você mesma. Enquanto isso precisa reconstruir sua autoconfiança, voltar a acreditar de que você é capaz, que você pode!
Viajar sozinha, no entanto, é uma forma de se escutar, ou seja, de se observar fora das pressões, dos papéis, das exigências que a vida foi construindo. Isso significa que será sua chance de voltar pra casa transformada, sendo mais você.
Não é só viajar, é se encarar de frente
Então eu te pergunto, mas se não for sobre sair do lugar? Se for sobre finalmente sair do papel que você foi colocada a vida toda?
Contudo, fica aqui um convite: não é pra embarcar amanhã, mas sim para começar a olhar para o seu medo com mais verdade e menos julgamento, isso significa que você vai em busca da reconstrução da sua autoestima, da sua autoconfiança, inclusive voltando a sonhar que está realizando seus desejos mais antigos.
Por isso, se você quiser conversar mais sobre, deixa um comentário aqui.
Ou manda esse texto pra uma amiga que também precisa se lembrar de quem é.
Contudo, eu te deixo essa reflexão que me motiva muito:
QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ FEZ ALGO PELA PRIMEIRA VEZ?
*Se você quer entender melhor o propósito deste espaço, clique aqui para conhecer o blog Gabi viajandona