Quem Sou Eu, Gabi Viajandona
Viajar solo aos 45+: liberdade, coragem e um toque de loucura boa
Viajar solo aos 45+ exige estratégia e planejamento — e pode mudar a sua vida.Me chamo Gabi Lesaffre, tenho 52 anos, sou não só produtora cultural, como também de eventos. Atualmente, moro na França, já viajei bastante, não tanto quanto eu gostaria, e por essa razão, criei este blog: para transformar minhas vivências em ponto de partida e inspirar outras mulheres que, como eu, querem viajar sozinhas na melhor idade, e não sabem nem sequer por onde começar.
Por outro lado, quando o medo aparecia, ele não me paralisava, pelo contrário, ele virava combustível.
Na verdade, ele se transformava em coragem para realizar meus grandes sonhos.
Mesmo quando o mundo dizia: “essa fase já passou”, ou “nossa, quanta cora,em”, eu respirava fundo e seguia em frente.Portanto, este blog é meu jeito de afirmar que a liberdade não tem idade, tem vontade.
Minha primeira inspiração de viagem: minha mãe
Nos anos 50, minha mãe venceu um concurso e ganhou uma bolsa para terminar seus estudos de Belas Artes na França.Ela tinha apenas 20 anos quando partiu sozinha rumo a Paris.
Vale ressaltar que, naquela época, isso era impensável, uma mulher sair do país sozinha, por dois anos, exigia muita coragem.E mesmo com o medo, ela foi — e atravessou o oceano com sua mala cheia de sonhos.
Só mais tarde percebi: a coragem dela se tornou a minha maior herança emocional. Sem dúvida alguma, foi desse DNA que nasceu o meu desejo em descobrir o mundo.
Com isso, compreendi desde cedo que exemplos falam mais alto que discursos.
E que, mesmo com medo, a gente precisa se permitir viver os próprios sonhos.
Viajar solo aos 45+ marcou minha alma
Minha paixão por viagens começou cedo.
Em 1992, aos 20 anos, fiz minha primeira viagem solo: Buenos Aires.
Apesar do medo, descobri o prazer de estar comigo mesma.
Mesmo sem falar espanhol, me virei com mímicas — e percebi que o mundo se abre mesmo quando a língua se fecha.
Depois, aos 30, fui para a Grécia.
Passei um mês percorrendo Atenas, Corfu, Santorini, Rodes, Creta e Mikonos.
Naquela época, não existiam celulares, só lan houses e telefonemas rápidos de orelhão.
É importante destacar que viajar faz parte do meu propósito de vida, e a cada olhar curioso que recebo me sinto mais forte.
Por isso, quando a vontade de explorar fala mais alto, nenhum julgamento é capaz de nos parar, pois temos propósito naquilo que fazemos.
No entanto, as pausas fazem parte do caminho
Entretanto, nem sempre foi possível seguir viajando. Houve lutos, perdas e recomeços. Quando minha mãe faleceu, eu precisei parar não só para me reestruturar financeiramente, como também, emocionalmente. Em outras palavras, tudo dentro de mim pedia silêncio, estabilidade e tempo para absorver a ausência. No entanto, a vontade de viajar permanecia em mim, ela estava apenas aguardando o momento certo.
Apesar da dor, este foi justamente o momento que mais amadureci. Até que em 2015, algo dentro de mim reacendeu, estava decidido: o Ano Novo seria em Roma. Na verdade, dessa vez seria mais do que uma viagem, ou um ano novo: seria meu renascimento.
E foi assim que voltei com a certeza de que viajar é para mim uma necessidade. É minha cura.
Amo viajar sozinha, decido o ritmo da minha viagem, faço do meu jeito, no momento que quero. Esta é a forma mais realizadora do egoís
Viajar solo aos 45+: meu maior desafio foi mudar de país
Em 2019, tomei uma decisão que mudaria tudo! Deixei o Rio de Janeiro, minha casa e minha zona de conforto, para ir morar em Dublin, na Irlanda. O objetivo era fazer um intercâmbio de inglês, no entanto não podemos esquecer o detalhe mais importante disso tudo, eu estava com 47 anos!
A princípio foi bem difícil, mas ao mesmo tempo muito curioso. Eu, aa minha idade, iria dividir a casa com outras oito pessoas e o quarto, com duas “meninas”. A maioria dos meus flatmates tinha menos de 28 anos. Ou seja, eu poderia ser mãe deles.
Estudei inglês durante oito meses e, posteriormente, em fevereiro de 2020, me mudei para Portugal. Eu iria trabalhar no atendimento ao cliente da Iberia — um trabalho que eu nunca havia feito. No entanto, logo em seguida veio a pandemia.
Convenhamos, trabalhar com turismo neste momento não era o melhor lugar não era o melhor a se fazer naquele momento.
Então, pedi demissão, afinal tudo estava um caos, e no trabalho ninguém sabia direito das coisas e as regras da aviação mudavam várias vezes durante o dia. Em resumo, tudo era um belo gatilho para minha ansiedade.
Já que estávamos na pandemia e eu estava sem trabalho, eu decidi me isolar em uma praia chamada Carvoeiro, no sul de Portugal, um lugar silencioso e vazio. Fiquei lá por um mês. No condomínio e na praia só havia eu.Isso tudo servia para nos mostrar que o medo sempre vai nos acompanhar — ele faz parte do processo, da vida.Afinal, quem não sente medo não está vivo! E, afinal, aquele momento não era para desistir.
Da produção de eventos à vida na França
ATC LANGUAGE SCHOOLS
Ainda em Portugal, mais precisamente em Lisboa, eu trabalhei no Rock in Rio. Pouco tempo depois, fiz as malas novamente e me mudei para a França. Seguia eu a viajar solo aos 45+
Lá ia eu: morar no terceiro país em apenas três anos.Aqui na França, atuei nos Jogos Olímpicos de 2024.Foi nesse momento que me dei conta: era mais do que viajar solo aos 45+. Eu, na Europa, tinha trabalhado em dois eventos que sempre sonhei produzir quando ainda morava no Brasil. Que ironia do destino, não é mesmo? A vida nos reserva surpresas.
Quanto aos amigos, optei por reencontrá-los em solo europeu. Bastava me dizerem onde e quando — e eu embarcava! Com isso, já faz quase seis anos que não volto ao Brasil.Minha tia, reencontrei na Espanha; um outro casal de amigos, em Bruxelas, e muitos outros reencontrei quando eu morava em Lisboa.
E assim, fui me refazendo, aos poucos, com tempo, perseverança e resiliência.Como mulher, profissional e viajante. A França virou minha base.Um ponto de partida — e de chegada — para tantas outras viagens.
Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?
Se você chegou até aqui, talvez também esteja em busca de um recomeço, ou esteja querendo aprender e se encorajar a viajar solo aos 45+.Ou, quem sabe, esteja apenas cansada da rotina, da cobrança ou dos medos que insistem em nos paralisar.
Se, por acaso, estiver se perguntando:“Será que ainda é tempo pra isso?”, eu te digo com todas as letras: nunca é tarde para descobrir o mundo.E, principalmente, redescobrir a si mesma.
Aqui no blog, você vai encontrar relatos reais, dicas sinceras e um acolhimento de verdade.Por isso, se eu puder deixar uma provocação, para você que quer começar a viajar sozinha depois dos 45 anos, aqui vai ela — lembre-se de responder com carinho: Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?
Vem comigo criar coragem para começar a viajar sozinha depois dos 45 anos. Realizando seus sonhos.
Então leia meu primeiro post: “Não é medo de viajar. É medo de se encarar.”
Gabi Viajandona